quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Deká ou cuia

O Odú Ijê,é a passagem de yaô para egbomi, e não o fim de suas obrigações para o com o orixá, ser um egbomi é ter o dobro de responsabilidade de um yaô, afinal você será visto como um exemplo, lógico que temos que ter uma certa postura, mas isso não quer dizer falta de humildade.
Nesta passagem o yawo veste o orisá de ori, para o ritual de despedida de yawo para ser egbami,ao meu ver, quando empossado destes direitos,o pai emdossa o que o filho faz.

Em certas casas de santo, hoje com esta total liberdade, vemos yawo de 1 ou 3 anos recebendo direitos, com o pretexto dado pelo próprio babá, que explica que deu porque o orisá pediu. Ora! acho que o santo  do tempo de Yá Cotinha, ya senhora de oxum miwa( mojubaô ya),de pai Valdomiro Bahiano, de pai Pérsio( mojubaô babami), grande mestre, saudades eternas, não mudou.Será que esse orisá que cultuamos mudou? ela agora não pode mais esperar, acho que não, o que mudou foi a sede desse poder falso, da vaidade, de não saber esperar, que santo precoce é esse?que nem pde mais esperara o filho aprender , o filho se desenvolver, ter mais segurança.

O que se existe hoje é muita desmoralização, outro dia vi um  travesti receber o cargo de ekeji, um absurdo.

 Então você que tomou odú ijê, tome cuidado com a sua postura perante os outros irmãos e amigos de axé, não se retraia achando que tão falando mal de você, e seja simpático e comunicativo com todos, e principalmente seja prestativo, ensine seu próximo, passe aquilo que um dia lhe passaram somente assim você vai quebrar esse paradigma. Lembre-se que vivemos em um egbé, então vamos fazer o melhor possível para viver em uma sociedade feliz e mesmo que você já tenha sua própria casa de santo, não se esqueça da onde você veio, porque uma árvore com a raiz bem regada sempre dará bons frutos.

reza para osun


Ìba Òsun sekese iba Òsun olodi Latojoki awede we’mo Ìba Òsun ibu kole Yeye kari Latokoko awede we’mo Yeye opo O san rere o

caminhada dos terreiros

As reuniões de preparação da IV Caminhada nos dias: 19 e 27 de outubro
Local: NÚCLEO DA CULTURA AFRO BRASILEIRA-NCAB
Pátio de São Pedro- Casa 34  - Recife - PE. Horário 15h
Fone: 3355-3100 0 3355-3101.

Oríkì Osàlà

Kí Òrìsà-nlá Olú àtélesé, a gbénon dídùn là.
Ní Ibodè Yìí, Kò Sí Òsán, Bèéni Kò Sí Òru.
Kò Sí Òtútù, Bèéni Kò Sí Ooru.
Ohun Àsírií Kan Kò Sí Ní Ibodè Yìí.
Gbogbo Dúró Kedere Nínu Ìmólè Olóòrun.
Àyànmó Kò Gbó Oògùn. Àkúnlèyàn Òun Ní Àdáyébá.
Àdáyébá Ni Àdáyé Se.



Festa%20de%20Lemba%20%20_%20%20Terreiro%20de%20Jaua%2001

O obá de Oyó (Sángó)



Òní  Dàda ,   àgò   
Òní  Dàda ,   àgò   
Dàda    sokun 
Dàda    sokun 
Ò  feere  ó    feere,
Ó  bgé   l´orun,
Bàbá  kíní   l´onòn   da 



Báyànni  gìdigìdi , Báyànni  olà.
Báyànni  gidigidi , Báyànni  olà
Báyànni  adé , Báyànni  òwò.
Báyànni  adé , Báyànni  òwò



Obá é também um dos epítetos do Orisá Sangò (não confundir Obá, rei, soberano (oba), com o Orisá Obá (Òbà), que é uma das esposas de Sangò). Segundo a mitologia, Sangò teria sido o quarto rei da cidade de Oyó, que foi o mais poderoso dos impérios yorubás. Depois de sua morte, Sangò foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oyó, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote. Não existem registros históricos da vida de Sangò na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Sangò, que começa com o surgimento dos povos yorubás e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oyó e narra os momentos cruciais da vida de Sangò: "Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odúdùá, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado Ifé". Quando Odúdùá se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odúdùá teve um filho chamado Acambi, que teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Ketú, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim. O quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oyó, mais tarde governada por Sangò.

Dinastia
Com o nascimento destes dois filhos inicia-se a dinastia dos Òyó a saber:
OKAMBI - 1º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1700 à 1600 a . C aproximadamente;
ÒRÀNMÍYÀN - 2º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1600 à 1500 a . C. ;
ÀJÀKÁ - 3º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1500 à 1450 a . C. ;
SÒNGÓ - 4º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1450 à 1403 a. C. ;
ÀJÀKÁ - 5º ALÁÀFIN ÒYÓ - 1403 à 1370 a. C. ;
AGANJÚ - 6º
YAYUN - 7º
KORI - 8º - construiu as cidades de Ede e Òsogbo;
OLUASO - 9º
ONÌGBOGI - 10º - organizou a cavalaria em Òyó;
AFIRON - 11º
EGUOJU - 12º
OROMPOTO - 13º
AJIBOYEDE - 14º
ABIPA - 15º - reconstruiu Òyó;
OBALOKUN - 16º - introduziu o uso do sal
AJAGBO - 17º
ODARAWU - 18º
KANRAN - 19º
JAYIN - 20º
ESPAÇO DE TEMPO HISTÓRICO ENTRE 50 E 300 ANOS;
AYIBI - 21º

Todos pagavam tributos e homenagens a Odúdùá, quando Odúdùá morreu, os príncipes fizeram à partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odúdùá até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade. "Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império". Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado por Odúdùá. O rei de Oyó tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oyó. "Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Alafim de Oyó". Ajacá, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajacá tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos yorubás. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Sangò, e era o grande guerreiro que governava Koso, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oyó. "Sangò um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani". "Sangò foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, o obá da capital de todas as grandes cidades yorubás". "Sangò procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo". Conta-se que, para fortalecer seu poder, Sangò mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Sangò, que depois seria conhecido pelo cognome (cognome quer dizer: terceiro nome pelo qual a pessoa é conhecida) de o Trovão, sempre procurava descobrirem novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo.
 
Sangò então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão. "Num desses dias, o obá de Oyó subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo". Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Sangò, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Sangò. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão. "Mas, pobre Sangò, a sorte foi-lhe ingrata". Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oyó virou cinza. "Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e enviou o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Sangò". "Gbaca chamou Sangò à luta e o venceu, humilhou Sangò e o expulsou da cidade". Para manter-se digno, Sangò foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida. "Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Sangò se retirou para a floresta e numa árvore se enforcou". "Oba so!", "Oba so!". "O rei se enforcou!", correu a notícia. "Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Sangò tinha sido transformado num Orisá". O rei tinha ido para o Orún, o céu dos Orisás. Por todas as partes do império os seguidores de Sangò proclamavam: "Oba ko so!", que quer dizer "O rei não se enforcou!". "Oba ko so!", "Oba ko so!" "Desde então, quando soa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Sangò entoam: "O rei não se enforcou"!" "Oba ko so! Obá Kossô!" "O rei não se "enforcou".". Assim narram os mitos, e a morte de Sangò nada mais é do que a afirmação dos antigos costumes africanos. Sua morte teria sido injusta e por isso o Orún o acolheu como imortal. A expressão "Obá Ko so" é evidentemente dúbia. Tanto pode significar "Rei da cidade de Koso", o que de fato Sangò também era como "O rei não se enforcou", frase que poderia ser também traduzida por "O Rei vive", ou "Viva o Rei", forma que é mais comum na nossa tradição ocidental. A versão verdadeira não importa: divinizado, transformado em Orisá, o obá Sangò, o Alafim de Oyó, alcançou a imortalidade, deixou de ser humano, virou deus. "Obá Kossô", "Viva o Rei" é a fórmula pela qual, até hoje, em todos os templos dos Orisás, é glorificado o nome de Sangò, o rei de Oyó, o Orisá do trovão, senhor da justiça. De todos os Orisá que marcam a saga da cidade de Oyó, nenhum foi mais reverenciado que Sangò, mesmo quando Oyó passou a ser apenas um símbolo esfumaçado na memória dos atuais seguidores das religiões dos Orisás espalhados nos mais distantes países da diáspora africana do lado de cá e do lado de lá do oceano. E há muitos elementos para estribar essa afirmação. Sangò no Novo Mundo no seu auge, o império de Oyó englobava as mais importantes cidades do mundo Yoruba, tendo assim o culto a Sangò, que era o Orisá do rei ou obá de Oyó, portanto o Orisá do império, sido difundido por todo o território iorubano, o que não era muito comum, pois cada cidade ou região tinha os seus próprios Orisás tutelares e poucos eram os que recebiam cultos nas mais diversas cidades, como Esú, Ossain e Orunmilá. O fato é que o apogeu da dominação da cidade de Oyó sobre as outras resultou numa grande difusão do culto a Sangò. Durante muito tempo a força militar de Oyó protegeu os yorubás de invasões inimigas e impediu que seu povo fosse caçado e vendido por outros africanos ao tráfico de escravos destinado ao Novo Mundo, como acontecia com outros povos da África. Quando o poderio de Oyó foi destruído no final do século XVIII por seus inimigos, tanto a capital Oyó como as demais cidades do império desmantelado ficaram totalmente desprotegidas, e os povos yorubás se transformaram em caça fácil para o mercado de escravos. Foi nessa época que o Brasil, assim como outros países americanos, passou a receber escravos yorubás em grande quantidade.




oficinas Nagô ajô

No próximo dia 17/10  a cada 15 dias o afoxé oyá alaxé estará promovendo  na Casa da Cultura oficinas de danças e percussão africanas,com o objetivo de divulgar a cultura  no estado, as aulas serão ministradas por Helaynne Sampaio responsável pelo balé e o músico Eduardo Sampaio que estará ministrando as técnicas de percussão.Cada uma das oficinas custam R$ 20,00.

Horário do Balé: 14H ás 16H
Horário de Percussão: 16H ás 17H

contatos para inscrição:
Yasmim/ Secretária do oya alaxé- 8857-9359
Helaynne Sampaio-9433-5595
sede do oyá alaxé(terreiro de mãe Amara)- 3451-8373

    foto

     

    Apresentação na UFPE

    apresentação do balé oya alaxé, ás 17 horas na UFPE( universidade federal de Pernanbuco).

    Afoxé Oyá Alaxé: referência em Dois UnidosCom 67 anos de trabalho no bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife, o Ilê Obá Aganjú Okoloyá (Ensinamentos da Mãe Amara) é reconhecido e respeitado pela comunidade pelo tipo de conhecimento que perpetua entre seus participantes. É deste Ilê que vem um dos mais conhecidos afoxés do Recife, o Oyá Alaxé, conduzido pela Mãe Maria Helena.

    quarta-feira, 13 de outubro de 2010

    estou lendo um livro...

      Nesses dias chegou as minhas mãos um livro chamado: Orixás,Caboclos e Guias(deuses ou demônios?)da Igreja Universal do Reino de Deus, há tempos atrás já havia lido algumas páginas, na minha opinião é mais uma obra de política evangélica para converter os insatisfeitos, o que uma boa retórica não faz na mente desse povo, mas vou estuda-lo a fundo, mais tarde quando  terminar de ler vou concluir minhas opiniões sobre o caso.quem viver verá...cadê  Sasa mutêma (meninos eu li).

    este é o comentario de http://pt.shvoong.com/humanities/religion-studies/1665485-comentando-livro-orixas-caboclos-guias/




    Esta é uma relação de trechos do livro " Orixás, caboclos e guias ; deuses ou demônios?" , de autoria de Edir Macedo, fundador e lider da iurd , Igreja Universal do Reino de Deus . Foi utilizado como base um exemplar da 13ª edição, de 1990. Estes são os trechos mais representativos da ignorância, estupidez, preconceito e agressividade com que o autor e a sua organização religiosa ultrapassa o bom senso , as regras mínimas de convivência em sociedade e as leis brasileiras de forma a ofender e perseguir o espiritismo e seus adeptos , em especial a Umbanda. Há muitos outros trechos, porém representam mais as crenças particulares do autor e seu grupo e os relatos de casos que ele colheu , muito destes assombrosos relatos e de fatos descritos são ligados à casos de má pratica e conduta dentro do espiritismo, não tendo nada à ver com o espiritismo devidamente organizado e praticado por uma grande parcela da população brasileira, seja pela expressão que for(Kardecismo, Umbanda, Candomblé). Da mesma forma que há o mal evangélico, há também o mal espírita, não sendo por causa dos que desvirtuam a religião evangélica que todos os evangélicos devam sofrer preconceito. Por que então julgar mal os espíritas e o espiritismo por causa dos seus maus "praticantes"? Alguns dos trechos serão seguidos de um comentário meu . [BR]Este texto se presta a divulgar e conscientizar a população sobre a forma desrespeitosa e agressiva com que Edir Macedo e seus seguidores tratam o espiritismo e seus adeptos, influenciando negativamente as pessoas, principalmente os membros da iurd; Incentivando dessa forma um comportamento hediondo que acabou gerando um dos maiores conflitos religiosos da história brasileira. Espero que as pessoas ouçam o bom senso que diz que tal práticas adotadas pela iurd e seus adeptos quebram com as condutas básicas de boa convivência em sociedade, gerando conflitos e distúrbios da ordem pública, como no episódio fatídico do chute na santa. [BR]Além disso , essa perseguição em larga escala funciona como um rolo compressor que passa por cima de uma significativa parcela da população adepta do espiritismo e consequentemente, por cima dos seus direitos, que são os mesmos de qualquer cidadão, direitos básicos de liberdade de crença , sentimento religioso e culto, que estão presentes não só na constituição brasileira, como na declaração internacional dos direitos humanos. A derrubada do direito de um grupo significa a derrubada do direito de todos os grupos, abrindo assim um retrocesso no progresso da nossa civilização, progresso esse conseguido após séculos de luta , suor e sacrifício. Sinceramente apelo aos leitores que se conscientizem da importância desse assunto, que refletirá mais cedo ou mais tarde, em maior ou menor grau na vida de todos e decidam dar um basta a isso!!! Espero que percebam que uma organização que tem por método base o desrespeito e a perseguição não está capacitada de maneira alguma a representar os interesses de pessoa honestas , de boa índole e de boa vontade ; Grupo ao qual acredito que o leitor pertença. [BR]1-Começaremos pelo título: Orixás, caboclos e guias, deuses ou demônios? Comentário: Demônio é um termo comumente utilizado para designar seres espirituais maldosos de modo geral; Também possue um sentido muito prejorativo quando relacionado à alguém ou algo. É evidente que o autor quer com esse título demonizar o espiritismo e seus elementos de crenças , de forma a criar para o espiritismo um significado prejorativo. [BR]2-Dedicatória: "A todos os pais-de-santo e mães-de-santo de nossa pátria." Comentário: Uma notória demonstração da famosa cara-de-pau!!! O autor escreve um livro inteiro que ofende, achincalha , desvirtua e persegue o espiritismo e ainda por cima faz uma dedicatória aos seus adeptos. Peroba nele!!![BR]3-Prefácio: Pg.14. "Neste livro, denuncia as obras satânicas através do Kardecismo , da Umbanda , do Candomblé , e outras seitas similares;" [BR]4-Introdução: Pg.16. "Sempre tive desejode colocar em um livro toda verdade acerca dos Orixás, dos Caboclos e dos mais diversos Guias , que vivem enganando os homens e fazendo deles "cavalos" , "burrinhos" ou "aparelhos"," Comentário: Este livro só diz mentiras à respeitos dos tais personagens da identidade cultural e religiosa do espiritismo, citando apenas casos onde os maus espíritas buscam seus próprios descaminhos. [BR]5-Pg.17 "Espero que esse livro não seja um pomo de discórdia e que também não seja considerado meramente polêmico ou discriminatório. Se assim acontecesse me arrependeria de tê-lo escrito." Comentário: Será mesmo? Difícil acreditar ante tanto conteúdo ofensivo e discriminatório. Além do que, se o autor tivesse mesmo se arrependido no caso de gerar polêmicas e disputas, o livro não estaria sendo editado até os dias de hoje, tendo sido objeto de disputa judicial visando o fim de sua circulação. [BR]6-Pg19. "Houve com decorrer dos séculos um sincretismo religioso , ou seja, uma mistura curiosa e diabólica de mitologia africana , mitologia indígena brasileira, espiritismo e cristianismo , que criou ou favoreceu o desenvolvimento de cultos fetichistas como a Umbanda, a Quimbanda e o Candomblé."

    terça-feira, 12 de outubro de 2010

    hoje ás 15 horas festa de oxum no Ibura.

    O Ilê Asé Yemônjá Ogunté esta Situado a
    Rua Monsenhor João Olimpio dos Santos(Rua C) 208
    Vila do Sesi Ibura Recife - PE
    Fones : (81) 3339-7931 / 3088-1419
    E-mail: ileaseyemonjaogunte2009@hotmail.com



     Com a presença da ilustre da yakekerê Maria Helena Mendes Sampaio, doTerreiro Afrodescendente Nagô ILÊ OBÁ AGANJU OKOLOYÁ sede do Afoxé oya alaxé e convidados.
    Os Babalorixás Italo da oxum Ijimum e Leobaldo da Iemanjá Ogunté,diretores do Ilé axé Iemanjá Oguntê, casa  conceituada de tradição Alaketu.

    quinta-feira, 7 de outubro de 2010

    jogo de obi

    o jogo de obi, não é um simples SIM ou NÃO, é um dialogo constante e implica em muitas caídas possiveis como:
    Álafiá- 4 gomos para cima
    Etawa-3 gomos para cima
    Ejí Alaketú- 2 gomos para cima/ odú de confirmação
    Okarán- 1 gomo para cima
    Óyékú-todos os gomos para baixo

    Obi

       há diferentes tipos de obi, e o mais ultilizado é o obi Ábatá(cola Acuminata) que abre em 4 gomos, obi alawé mérin, havendo outros que possuem mais de 10 gomos.O obi pode ser de cor branca, dedicada á Ósáálá, ou com tonalidade rosa, sendo que este é mias praticado no jogo de búzios, que é obrigatório em todas as oferendas.Nunca se oferece um obi ou entrega sem que ele esteja enrolado numa folha. O obi que abre em 2 gomos édenominado gbánja.Nesses caso susa-se a ponta dos dedos para abri-lo, já vi muita gente dizer que abre com faca, na minha visão isto não deve acontecer, obi somente é aberto com as mãos.


    Olodunmare chama os homens para retornarem ao seu lar, porém nem mesmo a morte é capaz de apagar as lembranças os feitos de grandes homens.
    Obi é um elemento muito importante no culto de Vodun, Orisa e Nkise. A noz de cola, Obi, é o símbolo da oração no céu.
    É um alimento básico, e toda vez que é oferecido, o seu consumo é sempre precedido por preces.
    Foi Orunmila quem revelou como a noz de cola foi criada.
    Quando Olodunmare descobriu que as divindades estavam lutando umas contra as outras, antes de ficar claro que Esu era o responsável por isso, Ele decidiu convidar as quatro mais moderadas divindades (Paz, a Prosperidade, a Concórdia e Aiye, a única divindade feminina presente), para entrarem em acordo sobre a situação.
    Eles deliberaram longamente sobre o motivo de os mais jovens não mais respeitarem os mais velhos, como ordenado pelo Deus Supremo.
    Todos começaram então a rezar pelo retorno da unanimidade e equilíbrio. Enquanto estavam rezando pela restauração da harmonia, Olodunmare abriu e fechou sua mão direita apanhando o ar.
    Em seguida abriu e fechou sua mão esquerda, de novo apanhando o ar.
    Após isso, Ele foi para fora, mantendo Suas mãos fechadas e plantou o conteúdo das duas mãos no chão.
    Suas mãos haviam apanhado no ar as orações e Ele as plantou. No dia seguinte, uma árvore havia crescido no lugar onde Deus havia plantado as orações que Ele apanhara no ar.
    Ela rapidamente cresceu, floresceu e deu frutos.
    Quando as frutas amadureceram para colheita, começaram a cair no solo.
    Aiye pegou-as e as levou para Olodunmare,e Ele disse a ela para que fosse e preparasse as frutas do jeito que mais lhe agradasse.





    Primeiro, ela tostou as frutas, e elas mudaram sua textura, o que as deixou com gosto ruim.
    No outro dia, Ela pegou mais frutas e as cozinhou, e elas mudaram de cor e não podiam ser comidas. Enquanto isso, outros foram fazendo tentativas, no entanto todas foram mal sucedidas.
    Foram então até Olodunmare para dizer que a missão de descobrir como preparar as nozes era impossível.
    Quando ninguém sabia o que fazer, Elenini, a divindade do Obstáculo, se apresentou como voluntária para guardar as frutas.
    Todas as frutas colhidas foram então dadas a ela. Elenini então partiu a cápsula, limpou e lavou as nozes e as guardou com as folhas para que ficassem frescas por catorze dias.
    Depois, ela começou a comer as nozes cruas.
    Ela esperou mais catorze dias e depois disso percebeu que as nozes estavam vigorosas e frescas.
    Após isso, ela levou as frutas para Olodunmare e disse a todos que o produto das preces, Obi, podia ser ingerido cru sem nenhum perigo.
    Deus então decretou que, já que tinha sido Elenini, a mais velha divindade em Sua casa quem conseguiu descodificar o segredo do produto das orações, as nozes deveriam ser dali por diante, não somente um alimento do céu, mas também, onde fossem apresentadas, deveriam ser sempre oferecidas primeiro ao mais velho sentado no meio do grupo, e seu consumo deveria ser sempre precedido por preces.
    Olodunmare também proclamou que, como um símbolo da prece, a árvore somente cresceria em lugares onde as pessoas respeitassem os mais velhos.
    Naquela reunião do Conselho Divino, a primeira noz de cola foi partida pelo Próprio Olodunmare e tinha duas peças.
    Ele pegou uma e deu a outra para Elenini, a mais antiga divindade presente. A próxima noz de cola tinha três peças, as quais representavam as três divindades masculinas que disseram as orações que fizeram nascer a árvore da noz de cola.
    A próxima tinha quatro peças e incluía assim Aiye, a única mulher que estava presente na cerimónia.
    A próxima tinha cinco peças e incluiu Orisa-Nla.
    A próxima tinha seis peças representando a harmonia, o desejo das orações divinas.
    A noz de cola com seis peças foi então dividida e distribuída entre todos no Conselho.
    Aiye então levou a noz de cola para a Terra, onde sua presença é marcada por preces e onde ela só germina e floresce em comunidades humanas onde existe respeito pelos mais velhos, pelos ancestrais e onde a tradição é glorificada.

    Pátio de São Pedro, domingo dia 10 com apresentação do Oya alaxé, ás 16 horas.

                                                                                  
     Neste Domingo,vai haver o projeto ensaio aberto com o grupo de percussão Afro oya alaxé e filhos de Dandalunda, barracas com comidas afros, oficinas de percussão e dança negra gratuitas, um evento imperdivel.

    Ariwo, ayabá jinguin (4x)

    Rainha feiticeira, charmosa 
    Natureza
    De vento e tempestades
    Olorum quem a criou

    Ariwo, ayabá jinguin (2x)
    Ariwo, oyá messán
    Ariwo, ayabá jinguin

    Tem os mistérios e os segredos
    Do mundo que conquistou
    Deusa que encantou
    O povo de xangô...ôô

    Ninfa cheia de amor
    Deusa guerreira
    Iyá agan... odô oya

    Ariwo, ayabá jinguin (2x)
    Ariwo, obirin xangô
    Ariwo, ayabá jinguin

    Integrantes                  

    quarta-feira, 6 de outubro de 2010

    De onde vem o socorro- Odé traz fartura para o seu povo.


     


    Orixá da Caça e da Fartura!
    Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Rei então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, todos já sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha. Sua mãe Iemanjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, uma vez que três dos melhores caçadores
    falharam em suas tentativas. Iemanjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Os Babalaôs disseram para Iemanjá preparar oferendas com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas) , èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira), seis kauris (búzios). Iemanjá fez então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção e que oferecesse em uma estrada, e durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda". Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abriu sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Iemanjá, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "Oxósse! Oxósse!" (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as
    terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje.

    Cuba
    Ochosi (ou Oshosi) é um orisha da Santeria cubana. Rapresenta o caçador infalível.
    Oshosi é uma das deidades da religião yorùbá. Na santería sincretizado com São Alberto Magno e São Norberto, particularmente, em Santiago de Cuba, é "Santiago Arcanjo".
    Resumo
    Oshosi é o Orisha caçador e protetor dos que têm problemas com a justiça.
    O Orisha
    É considerado mago ou bruxo. Faz parte dos Orishas guerreiros. Suas cores são o azul e o coral.
    Familia
    Filho de Obbatala e Yembó. Irmão de Shango, Oggun, Eleggua. Esposo de Oshun com quem teve o filho Logun Ede.
    Oferendas e danças


    E-MAIL PARA CONTATO

     fape_publicidadeo6@hotmail.com

    giorgiobrunojornalista@hotmail.com 



    O sítio de Pai Adão /ritmos Africanos no Recife

    Os Ilús (Iyàn, Melè e Melè Nkó), Agbè, Gàn, Palmas e Vozes, chamam as divindades africanas pra brincar na terra com seus adoradores e filhos a pelo menos 10.000 anos...

    Alujá, Bata, Ego, Ebotá, Ijexá, Nagô, Jeje, Barra Vento, Sete Pancadas... Ritmos nossos que soam do Sítio de Tia Inês Ifatinuké... (a fundadora desta tradição em Pernambuco).

    Com o título Sítio de Pai Adão, ritmos africanos no Xangô do Recife, o fonograma gravado em Janeiro de 2005- Recife, durante o projeto Turista Aprendiz, do grupo A Barca Maracá Estúdio, traz aos ouvidos do mundo uma produção fonográfica inovadora e arrojada de uma tradição até então não registrada em fonograma através da produção musical de Renata Amaral.

    Tudo começou assim: Uma festa de Orixá, em uma tarde no terreiro mais tradicional de Pernambuco. Ali se encontravam grandes personalidades religiosas da tradição Nagô Egbá, ou Obá Omi, a tradição de Pai Adão, um antigo sacerdote que imprimiu sua dignidade e força espiritual no imaginário da tradição afro descendente do Brasil durante sua gestão religiosa na casa de Iyemanjá Ogunté, na Estrada Velha de Água Fria.

    A proposta era captar a sonoridade e os cânticos sagrados deste povo. Cânticos estes que trazem em si um patrimônio vivo e dinâmico, uma musicalidade verdadeiramente afro ameríndia, coisa bem brasileira, música sacra de valor estético relevante. Através da coordenação dos engenheiros de gravação Ernani Napolitano e André Magalhães, a equipe de técnica levou os melhores equipamentos de captação de áudio para uma gravação em loco desta manifestação que só poderia ser registrada assim, pois "o Xangô não se leva pra estúdio", segundo os antigos sacerdotes.

    O resultado desta mistura técnica de qualidade atenciosa e do real axé (força) da musicalidade dos orixás, gerou um surpreendente e esperançoso CD, que traz inéditos cânticos secretos, até então jamais ouvidos.

    Cânticos para Ossain, para Orunmilá, para todos os Orixás, enchem nossos ouvidos de dúvida e interesse, de alegria e ritmo forte, cadente e vibrante.
    Trazendo também a participação da última filha viva do babalorixá Pai Adão, a Tia Mãezinha, filha de Xangô, uma das iniciadas mais antigas vivas do Estado, nos revela aspectos particulares da relação de gosto por cânticos de seu pai, que logo na segunda faixa do CD, canta uma das toadas mais importantes cantada por ele, em sua época.

    O que mais chama a atenção no fonograma é a qualidade da gravação, a captação, que, profissionalmente e cuidadosamente teve um requinte e refinação extremamente profissional, sendo este em minha opinião o melhor registro de música de terreiro já realizado no Brasil. Jamais se ouviu sons tão bem definidos e afinados de instrumentos como neste álbum, pois o cuidado na microfonagem e na edição destes sons, definem toda obra como um espetáculo de sons que nos levam a transcendência e principalmente ao saborear de uma verdadeira orquestra afro-brasileira, percutida pelas mão dos Ogans (sacerdotes tocadores).

    O Cd tem todo um visual adequado e bem elaborado por seus artistas gráficos, o André Hosoi e Fabiana Queirolo, que no conteúdo agregaram o texto bem abalizado do atual Babalorixá do Sítio, o senhor Manoel Nascimento Costa, o Manoel Papai, Ogunté Farã, que traz dados históricos e informações essenciais sobre o contexto que se refere o disco. Todos os cânticos são na língua Yorùbá, e sendo assim, a tradução também feita pelo Sr. Manoel Papai nos leva a um conhecimento aprofundado desta tradição que muito o Brasil deve reparação e reconhecimento, sendo o próprio CD um material também didático e desmistificador.

    Realmente vale a pena escutar este belo fonograma, pois se não há mercado no Brasil que o consuma, com certeza os melhores ouvidos, atenciosos a novidades musicais mundiais vão consumi-lo como um disco que é indispensável a qualquer acervo de qualidade.

    *Tia Mãezinha (Iyá Midè) e Mãe Janda (Oxum Bakundè).

    Xoxo obé xoxo obé - *Nosso pedido será atendido
    Odara coma eyó - Legbará limpe o caminho
    Xoxo obé odara koma seke - Exú não age ás pressas
    Odara baba ebó - Ele toma todo tempo que precisa.

    * (Toada para Exú. **Não é uma tradução literal)


    Ficha Técnica:Fonograma: Sítio de Pai Adão, Ritmos Africanos no Xangô do Recife
    Direção geral: Manoel Costa Papai
    Direção/Produção Musical: Renata Amaral
    Direção Técnica: André Magalhães
    Captação e Administração: Amélia Cunha
    Produção Executiva: Patrícia Ferraz
    Gravações Adicionais: Estúdio Fábrica, por Marcílio Moura e André Magalhães/ Recife, julho de 2005.
    Mixado e Masterizado no Estúdio Zabumba, SP, por André Magalhães. Patrocínios: Governo do Estado de Pernambuco-Secretaria de Cultura/Fundarpe - Funcultura- Pernambuco.

    DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO COM BASE NAS RELIGIÃO AFRO-BRASILEIRAS

    Proclamado pelo Resolução 36/55 do Assembléia Geral de 25 de novembro de 1981

    A ASSEMBLÉIA GERAL,

    Considerando que um dos princípios básicos da Carta das Nações Unidas é o da dignidade e igualdade inerentes a todos os seres humanos e que todos os Estados Membros se comprometeram. juntamente com a Organização. a tomar ações conjuntas e separadas de cooperação, no sentido de promover e estimular o respeito e o cumprimento universal aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião.

    Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os Convênios Internacionais sobre Direitos Humanos proclamam os princípios da não discriminação e da igualdade perante a lei, bem como o direito à liberdade de pensamento. Consciência, religião e crença.

    Considerando que o desrespeito e a violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e particularmente do direito à liberdade de pensamento, consciência, religião ou de qualquer crença provocaram, direta ou indiretamente, guerras e grandes sofrimentos à humanidade, especialmente onde servem como meios de interferência estrangeira nos assuntos internos de outros Estados e conduzem ao fomento do ódio entre povos e nações.

    Considerando que a religião ou crença para qualquer pessoa que as professam, é um dos elementos fundamentais da sua conceituação de vida e que a liberdade de religião ou crença deve ser plenamente respeitada e garantida.

    Considerando ser essencial promover o entendimento, a tolerância e o respeito em questões relacionadas à liberdade de religião e crença, e a fim de assegurar que é inadmissível o uso da religião ou crença para fins inconsistentes com a Carta das Nações Unidas, outros instrumentos relevantes das Nações Unidas e as finalidades e princípios da presente Declaração.

    Convencida de que a liberdade de religião e crença deve também contribuir para a consecução das metas de paz mundial. Justiça social, amizade entre os povos e eliminação de Ideologias ou práticas de colonialismo e discriminação racial.

    Observando com satisfação a adoção de diversas convenções para a eliminação das múltiplas formas de discriminação, bem como a entrada em vigor de algumas delas sob amparo das Nações Unidas e de suas agências especializadas.

    Preocupada com manifestações de intolerância e com a existência de discriminação por questões de religião ou crença ainda em evidência em algumas regiões do mundo.

    Resolve adotar todas as medidas necessárias para uma rápida eliminação de tais intolerâncias, em todas as suas formas e manifestações, para evitar e combater a discriminação com base em religião ou crença,

    Proclama a presente Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação com base em Religião ou Crença.




    ARTIGO I

    I . Todos terão direito a liberdade de pensamento, consciência e religião. Tal direito inclui a liberdade de ter uma religião ou crença qualquer à sua escolha, e a liberdade, individual ou em comunhão com outros e em público ou privado, de manifestar sua religião ou crença em louvor, observância, prática e ensino.

    2. Ninguém será sujeito a coerção que possa cercear a liberdade de ter uma religião ou crença de sua própria escolha.

    3. A liberdade de manifestar sua religião ou crença somente poderá estar suujeita às limitações previstas em lei e necessárias para resguardar a segurança pública, a ordem, a saúde ou a moral, ou ainda os direitos e liberdades fundamentais de terceiros.

    ARTIGO 2
    I . Ninguém será sujeito a discriminação de qualquer Estado, instituição, grupo de pessoas ou indivíduo com base em Religião ou outra crença.

    2. Para as finalidades da presente Declaração, a expressão "intolerância e discriminação com base em religião ou crença" significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada em religião ou crença, cuja finalidade ou efeito seja a nulidade ou cerceamento do reconhecimento, gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais em bases igualitárias.

    ARTIGO 3
    A discriminação entre seres humanos fundada em religião ou crença constitui afronta à dignidade humana e negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, devendo ser condenada como violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, conforme proclamado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e enunciado detalhadamente nos Convênios Intencionais sobre Direitos Humanos, e como entrave às relações amistosas e pacíficas entre as nações.

    ARTIGO 4
    I . Todos os Estados devem tomar medidas efetivas para evitar e eliminar a discriminação baseada em religião ou crença, no reconhecimento, exercício e gozo dos diretos humanos e liberdades fundamentais em todas as áreas da vida civil, econômica, política. Social e cultural.

    2. Todos os Estados devem empenhar esforços no sentido de aprovar ou rescindir legislação, quando necessário, a fim de proibir tal discriminação, assim como tomar medidas apropriadas para combater a Intolerância com base em religião ou outra crença.

    ARTIGO 5

    I . Os pais ou, conforme o caso, os tutores legais de uma criança têm o direito de organizar a vida em família de acordo com a sua religião ou crença e tendo em mente a educação moral na qual acreditam que a criança deva ser criada.

    2. Toda criança gozará do direito de acesso à educação em matéria de religião ou crença de acordo com o desejo de seus pais ou, conforme o caso, de seus tutores legais e não será obrigada a receber ensinamentos sobre religião ou crença contra o desejo de seus pais ou tutores legais, tendo como princípio norteador os Interesses da criança.

    3. A criança será protegida de toda forma de discriminação fundada em religião ou crença. Deverá ser criada com o espírito de entendimento, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universal, respeito à liberdade de religião ou crença de terceiros e com plena consciência de que suas energias e talentos devem ser dedicados em prol de seus semelhantes

    4. No caso de uma criança que não esteja sob os cuidados de seus pais ou tutores legais, devem ser levados em consideração seus desejos expressos ou qualquer outra evidência de seus desejos em matéria de religião ou crença, sendo o princípio norteador os melhores Interesses da criança.

    5. As práticas de religião ou crença na qual uma criança é criada não podem ser prejudiciais à sua saúde física ou mental ou ao seu desenvolvimento pleno, de acordo com o Artigo I, parágrafo 3, da presente Declaração.

    ARTIGO 6
    De acordo com o Artigo I da presente Declaração, e Sujeito às disposições do Artigo I, parágrafo 3, o direito à liberdade de pensamento, consciência, religião ou crença deve incluir, inter alia, as liberdades de:

    (a) Louvar ou congregar para fins relacionados à religião ou crença, bem como estabelecer e manter locais para essas finalidades;
    (b) Estabelecer e manter instituições beneficentes ou humanitárias apropriadas; (c) Confeccionar, adquirir e utilizar de forma adequada os artigos e materiais necessários aos ritos ou costumes de uma religião ou crença:
    (d) Redigir, publicar e disseminar materiais relativos a essas áreas;
    (e) Ensinar a religião ou crença em locais apropriados para esta finalidade;
    (1) Solicitar e receber contribuições voluntárias, tanto financeiras quanto de outra natureza, de indivíduos e instituições;
    (g) Capacitar, nomear, eleger ou designar por sucessão líderes apropriados previstos pelas exigências e normas de qualquer religião ou crença;
    (h) Observar os dias de descanso e celebrar os feriados e cerimônias de acordo com os preceitos de sua a religião ou crença;
    (i) Estabelecer e manter comunicações com indivíduos e comunidades em matéria de religião e crença nos níveis nacional e internacional.

    ARTIGO 7

    Os direitos e liberdades enunciados na presente Declaração devem ser homologados em legislação nacional de forma que, na prática, todos possam ter acesso aos mesmos,

    ARTIGO 8
    Nada na presente Declaração deve ser interpretado como cerceamento ou derrogação de qualquer direito definido na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos Convênios Internacionais sobre Direitos Humanos.